Fotos: Arquivo Pessoal
No registro, o juramento realizado ao Cerimônia de posse como prefeito de Formigueiro
Chefe do executivo de Formigueiro, município de cerca de 7 mil habitantes, Jocélvio Gonçalves Cardoso, 54 anos, está no primeiro mandato de uma função já exercida por outros membros da família. Xiru (MDB) é filho do ex-vereador e ex-prefeito da cidade Adelino Pedro de Figueiredo Cardoso, falecido em 1977. E a experiência na política não para por aí. Um dos oito irmãos de Xiru, Tancredo Gonçalves Cardoso, também foi vice-prefeito e prefeito de Formigueiro. Entre os anos 1985 e 1992, Xiru morou em Santa Maria, onde se formou em Ciências Contábeis pela UFSM. Antes de entrar para o meio público, ele foi bancário e, recentemente, administrava um escritório de contabilidade e atuava como agropecuarista, funções que pretende retomar quando concluir o mandato. Nesta trajetória, Cardoso foi presidente da Associação dos Arrozeiros, conselheiro do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) e do Sindicato Rural. Ela ainda integrou o conselho paroquial da Igreja Católica e esteve na patronagem de entidades tradicionalistas de Formigueiro. Casado há 31 anos com a dona de casa Sandra da Silva Cardoso, 47, Xiru é pai orgulhoso de Arthur, Túlio, Felipe, Veríssimo e Vinícius (os dois últimos, gêmeos). Túlio e a esposa, Fernanda, deram a Xiru o primeiro neto, Fernando, de 3 anos. A outra nora, Larissa, também é contabilizada na família.
Diário - De onde veio o apelido Xiru?
Xiru -Foi meu pai que colocou, quando eu era bem jovem.
Ele leu O Tempo e o Vento, do Érico Veríssimo. Talvez tenha achado meu nome um pouco difícil e preferiu simplificar. O pai colocou apelido em todos os filhos. Porém, diferentemente de mim, meus irmãos são conhecidos só pelos nomes. O único apelido que ficou foi o meu.
Casados há 31 anos, Xiru e Sandra têm cinco filhos e um neto. Estar em família é tudo para eles
Diário - O senhor acompanhava a trajetória política do
seu pai?
Xiru - Eu tinha 12 anos
quando ele faleceu. Eu era muito companheiro dele. Tenho uma lembrança muito legal do meu pai. Lembro de estarmos juntos em várias situações na trajetória política do pai. Ele tinha uma forte relação de amizade com a comunidade do Fundo de Formigueiro, local de nossa origem. Quando ele se candidatou a vice-prefeito, teve aprovação espetacular da comunidade, junto a Pedro Calil.
Com a mãe, Silvia Gonçalves Cardoso, falecida em março deste ano, aos 92 anos
Diário - O senhor tem escritório contábil, experiência
no agronegócio e foi bancário. Em sua opinião, qual é o diferencial para um bom atendimento e relacionamento com o público?
Xiru - Neste contexto, analiso vários pontos. Para se ter
um desenvolvimento considerável na área em que atuamos ou para atingirmos uma meta profissional, é necessário termos o básico de conhecimento. Ou seja, é preciso saber ouvir as pessoas e dar abertura a diferentes opiniões. Somente a partir do conhecimento e da busca de informações, podemos entender como agir com eficiência. Trago esse conceito para a administração. Por meio de conhecimento básico, com
apoio de assessores com técnica nas funções que ocupam e bons relacionamentos, é possível chegar longe. Não tenho conhecimento de tudo. Porém, nesta trajetória política e profissional, conto com especialistas de várias áreas.
Cerimônia de posse como prefeito de Formigueiro
Diário - Como o senhor se
relaciona com a comunidade?
Xiru - Procuro ser acessível às pessoas que precisam
de mim. Em Formigueiro, a comunidade tem livre acesso ao prefeito, à prefeitura e, inclusive, a minha casa. Procuro me
comunicar também através das redes sociais. Mesmo em uma cidade pequena, com carência de recursos e de algumas estruturas, tenho o privilégio de contar com uma equipe de profissionais de excelência.
Diário - Por que o senhor
não cogita a reeleição?
Xiru - Porque pretendo
investir toda a minha energia nesse mandato. Político tem que fazer isso. Política não é uma carreira. Temos a confiança do povo para defender seus interesses. Quero exercer
a função com ética e profissionalismo. Depois, quando findar o mandato, voltar às atividades que já tinha antes da eleição.
Com a família, na solenidade de diplomação
Diário - Quatro anos não
é pouco tempo para colocar em prática tudo o que planeja para a prefeitura?
Xiru - Depende muito de cada momento. Esse mandato está em um período difícil, tanto financeiramente como político, para o Brasil. Todos os municípios passam por dificuldades. Ainda assim, vou fazer aquilo que a lei e os recursos me permitem. Se tivesse dinheiro para colocar em prática tudo o que a cidade merece, Formigueiro seria um paraíso.
Diário - Como o senhor divide o tempo entre função pública e família?
Xiru - Só concorri à prefeitura porque a minha família e meus filhos assumiram as minhas atividades profissionais e deram aval para que eu trabalhasse pela comunidade. Gosto muito do que faço. E, além do trabalho, sou privilegiado por ter os filhos e o netos morando perto de nós. Voltar para a casa depois de um dia de trabalho é ótimo. A Sandra é uma mãezona. Ela adora agregar os filhos e cuidar do neto. Sem o apoio dela, tudo seria mais difícil. Estou certo de que o trabalho dela é muito mais pesado e difícil do que o meu.
Em visita ao governador Eduardo Leite. Na ocasião, Xiru entrega o convite para a abertura oficial da Colheita de Oliva
Diário - E qual a sua relação com Santa Maria?
Xiru - Se eu tivesse que morar em uma cidade grande, escolheria o Coração do Rio Grande. Santa Maria é um lugar maravilhoso, cheio de cultura e com uma juventude apaixonada pela oportunidade de aprender. Meus irmãos moram na Cidade Coração. Minha mãe também adorava Santa Maria, onde ela morou até falecer, há dois meses.
Diário - Sua mãe faleceu aos 92 anos. O senhor convivia bastante com ela?
Xiru - Com certeza. Era muito bom estar perto da mãe,que tanto nos ensinou. Sou o que sou graças aos meus pais. Minha mãe sempre foi uma mulher de fibra, de uma conduta muito legal, uma conselheira. Devido à sabedoria dela, a nossa família é extremamente unida. Para os meus pais, estar junto a quem a gente ama era prioridade. Este é o legado que recebi deles. É essa a principal herança que transmito aos meus filhos. Tanto é que quatro dos meus filhos moram comigo. A gente não consegue cortar o vínculo. Minha casa está sempre cheia. Afinal, conviver com quem a gente ama é fundamental.